6 de junho de 2011

Guias alimentares: Pirâmide, Prato, Roda de alimentos. Qual o melhor?

As representações gráficas dos grupos de alimentos têm sido usadas há muito tempo com o objetivo de servirem de instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais a fim de promover mudanças de hábitos alimentares visando a saúde do indivíduo e a prevenção de doenças.
Nos Estados Unidos já foram testadas várias formas de apresentar os alimentos:

  • Roda (muito utilizada em Portugal)
  • Pilhas
  • Utensílios (xícara, tigela, prato)
  • Carrinho de supermercado
  • E finalmente, Pirâmide



Essas representações gráficas de alimentos (ou guias alimentares) não são inventados “do nada”. Há todo um trabalho de pesquisa feito por trás disso, que investiga a condição nutricional e de saúde da população bem como objetivos e metas nutricionais e ainda um banco de dados contendo a composição de alimentos escolhidos (daí você já pode começar a entender porque a pirâmide americana não pode ser usada aqui no Brasil sem que haja modificação alguma).
  
“No Brasil, até a década de 1980, os “grupos de alimentos” atendiam aos objetivos propostos nas tabelas de recomendação e a representação gráfica mais usual foi sempre como “roda de alimentos”. O Instituto de Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em 1974, publicou um documento (Kalil et al., 1974) em que recomendava, ao invés da “roda de alimentos”, a representação dos alimentos fosse em grupos.” Sonia Tucunduva ET AL
Esses grupos propostos eram 6:
1) leites, queijos, coalhada, iogurtes;
2) carnes, ovos,leguminosas;
3) hortaliças;
4) cereais e feculentos;
5) frutas;
6) açúcares e gorduras,
E essa proposta foi considerada um avanço na época pois dava maior flexibilidade para o momento da orientação nutricional.
O resultado positivo para a população americana causado pela implantação da Pirâmide Alimentar motivaram a implantação de uma Pirâmide alimentar aqui no Brasil também. Entretanto, ela foi adaptada às nossas necessidades quantitativas (para que não houvesse consumo maior ou menor que a necessidade) e qualitativa (para que todos os nutrientes fossem consumidos).
Contei essa pequena história para comentar sobre o anúncio feito pela primeira dama dos Estados Unidos, a sra Michelle Obama: a atual pirâmide Alimentar é subtituída por outro guia, o “My Plate” que é a representação de um prato, com os grupos alimentares dispostos nele.
De acordo com o Departamento de Agricultura, a pirâmide "estava fora de moda e era muito complicada" para os cidadãos, que reclamavam de receber informação contraditória, mas ela continuará disponível para os profissionais da área de saúde.
Além da nova representação gráfica, também foram disponibilizadas dicas para se alimentar bem:

• Aprecie sua comida, mas coma menos
• Evite porções gigantes
• Preencha metade de seu prato com frutas, verduras e legumes
• Pelo menos 50% dos grãos ingeridos devem ser integrais
• Troque leite com alto teor de gordura por leite sem gordura ou com baixo teor de gordura
• Observe nos rótulos dos alimentos como sopa, pães e comida congelada o teor de sódio e consuma apenas os com valores baixos
• Beba água ao invés de bebidas açucaradas
Sou a favor de tudo o que simplificar a vida da população quanto alimentação saudável e equilibrada mas eu acho que isso ainda não vai acabar com os problemas que eles (e nós também) estão tendo por lá: o aumento dos índices de obesidade (inclusive entre as crianças).
A nutrição tem que ser vista com olhos diferentes: não serve somente para emagrecer indivíduos, mas principalmente para melhorar a qualidade de vida das pessoas sadias ou doentes. Prevenir é melhor do que remediar não é mesmo?
Eu simpatizo com o uso desses guias, mas acho que falta algo. Eles deveriam ser apresentados às pessoas com um manual de instruções.
Gosto da pirâmide de alimentos funcionais.

Ainda assim, falta algo... É que sem a devida educação nutricional, para mim, esses guias soam como: “ENTENDEU OU QUER QUE EU DESENHE?”
As pessoas são diferentes e têm necessidades diferentes para diferentes fases da vida: o que faz bem ou mal hoje pode ser bem diferente do que fará bem ou mal amanhã.
Além de conhecermos os grupos de alimentos e as quantidades “ideais” de ingestão deles, é interessante observarmos nosso corpo e as reações dele ao alimento que consumimos, também é necessário que as pessoas aprendam a ler os rótulos: não somente observar calorias, ler os ingredientes, saber interpretar o que tudo aquilo está querendo dizer.
A minha mãe dizia (acho que ela copiou de alguém, mas é válido): “Você precisa comer para viver e não viver para comer.”

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